13 de fevereiro de 2012

Duas forças

Você se lembra de uma brincadeira de criança que se chamava "cabo de guerra"? Consistia em uma corda em que uma criança ou um grupo de crianças ficava de cada lado e puxava. O lado que tivesse mais força ganhava e isso era medido por dois riscos no chão que não podiam ser ultrapassados.

Já faz um tempo tenho pensado sobre duas forças que operam dentro de nós, como em um cabo de guerra. De um lado uma espécie de força do hábito, automática; e do outro uma força contra a corrente, uma força de mudança. Quando não existe resistência a força do hábito segue à frente, fazendo o que já sabe fazer, num curto circuito, trilhando sempre os mesmo caminhos. Para que haja mudança é necessário muito mais do que igualar forças, a força para mudança deve ser maior.

Nós vivemos isso na pele quando tentamos emagrecer. Os hábitos que nos deixaram acima do peso operam livremente na quantidade de comida que estamos acostumados a comer, nas escolhas, na preguiça... Para exercer uma mudança a força que temos de fazer inicialmente nos parece grande demais. Caminhar até a padaria, comprar um chocolate ou dois, voltar pra casa e comer em pouco menos de 5 minutos não exige muito de nós. E tem algo de gostoso nisso, pelo menos em um primeiro momento. Se isso for comparado ao esforço de colocar um tênis e, ao invés de ir para a padaria, sair pra caminhar 40min... só de pensar dá um cansaço! O esforço para a mudança parece inexplicavelmente maior. Talvez por isso seja tão difícil começar...

Foi pensando nisso que me veio a imagem do cabo de guerra. Para emagrecer a força para mudança deve ser maior! Forte o suficiente para derrubar a força dos hábitos. E a guerra será constante. A facilidade da força do hábito estará lá, perto, acessível enquanto a força pra mudança continuará sempre exigindo de nós um esforço para que possamos trilhar novos caminhos.

Pode ser que nesse caminho a força do hábito nos dê alguns bailes. Mas enquanto tiver DUAS forças operando existe guerra, existe possibilidade. Se, caso contrário, frente a uma batalha perdida a gente "enfie o pé na jaca", lá está o grupinho de crianças da força para mudança no chão e a molecada da força do hábito de pé, do outro lado, triunfante...

E você? De que lado está?

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