3 de junho de 2012

40

Esta semana saí pra comprar umas calças. Eliminei várias antigas e reduzi algumas no alfaiate mas estava me sentindo sempre um saco de batatas, sem bunda, sempre de cinto com as calças caindo. Estava muito querendo ter o prazer de me vestir e por isso fui às compras. Diferente do que eu pensei não foi nada fácil! Apesar de ter adorado saber que pela primeira vez na vida ia comprar uma calça 40, nada ficava bom!!!! Eu devo ter vestido umas 30 calças de lojas diferentes e nada nada deu certo. Saí frustrada e a gordinha já dizia no meu ouvido: "Viu? Quando tava gorda nada servia, magra também não fica bom, então de que adiantou?". Foi só na quinta loja que as coisas ficaram boas e eu até entrei numa calça 38! Mas mais uma vez não pude evitar de pensar "Mas 38? Será que eu não vou perder rápido essa calça? Melhor comprar maior...". Acho que ainda vou levar um tempo para me acostumar com o meu tamanho. Vou tendo essas dicas: o número na balança, o tamanho da calça, o susto quando me vejo nas fotos, mas dessa vez sinto uma coisa diferente... A possibilidade de me manter assim, de me acostumar com este corpo de forma que ele possa ficar por muito muito tempo.

1 de junho de 2012

Um pequeno momento de felicidade

Esses dias fui ao Cupcake Company à tarde comer um cupcake e tomar um café com leite. Enquanto esperava olhei em volta e notei que só tinha pessoas magras sentadas por ali. Me veio à cabeça tantas vezes que comprei um doce, ou dois, ou três e levei pra viagem, pra comer sozinha, pra comer escondido. Gordo não senta, gordo leva pra viagem. Foi então que tive meu pequeno momento de felicidade, quando me dei conta da minha mudança de hábito e da possibilidade que me dei: de sentar e saborear um doce que eu gosto muito, tranquilamente.

5 de maio de 2012

A gordinha está brava.


São seis semanas de manutenção e o objetivo é descobrir quanto devemos comer para que não se perca nem ganhe peso e sim que ele se estabilize. Para isso acrescentamos um tanto de comida a mais por dia (em pontos) e vemos o resultado na balança na semana seguinte. Caso ganhe peso diminui-se um pouco o que se come, caso perca peso aumenta-se um pouco o que se come, e se for como o esperado e estabilizar o peso fica então definida a quantidade que se pode comer, dali pra frente, sem ganhar peso.

São semanas de conflito entre a gordinha que existe dentro de nós e a recém-magra: a primeira já pensa "Obaaaa, vou comer mais" e a segunda "Vou comer mais? Ai meu deus, vou engordar. Não quero engordar nem um grama, foi tanto sacrifício!". E não preciso dizer que eu, que estou no meio das duas, pago o pato.

Comecei animada, como a gordinha que existe em mim, porque ia comer mais. Lá pelo meio da semana comecei a ficar preocupada e tchum! Escorreguei (e não foi no tomate - que é zero ponto). Me desesperei, achei que tinha jogado tudo pro alto mas consegui me recuperar e ainda perdi peso naquela semana. Aliás, se teve uma coisa que aprendi neste percurso foi a me levantar rápido depois do tombo, porque antes quando enfiava o pé na jaca ainda passava uns dias "aproveitando": "já que enfiei um pé vou enfiar o outro e assim ia ladeira abaixo"...

Pois na segunda semana consegui retomar as rédeas e o resultado foi que mantive o peso. Saí com uma sensação estranha da reunião e levei um tempo pra entender que a gordinha estava decepcionada: "SÓ três pontos a mais eu vou poder comer pro resto da vida?". Sim, porque ela estava confiante com o aumento dos pontos, achava que ia se esbaldar. O desânimo continuou ainda por uns dias e mais uma vez a pista ficou escorregadia e a gordinha comeu tudo o que ela achava que tinha de comer. A recém-magra, enfraquecida diante de toda a experiência de vida da gordinha, esqueceu tudo o que tinha aprendido e ficou quieta num canto. E eu no papel de conciliadora "Veja, gordinha, o que você come é suficiente, porque precisa de tudo isso? E recém-magra, veja os resultados! Foi buscar as calças apertadas na costureira, está bela nas fotos, tem recebido muitos elogios, porque está abatida?". Mas foi no fim da quinta semana que a magra ressurgiu das trevas ao perceber que, mesmo com todos os esforços, a gordinha não conseguiu apagar todas as suas conquistas. E foi então que a magra se deu conta de que tudo o que ela havia aprendido ainda estava funcionando.

A gordinha continua esperneando, fazendo birra, querendo mais, mas a magra e eu estamos unidas no propósito de ensinar pra ela que ela não precisa de tanta comida pra ser feliz e que existe felicidade para além da comida.

Um desafio? Talvez pra vida toda, mas dessa vez somos a maioria.

23 de abril de 2012

Quando a comida vale mais.

Ontem me peguei pensando por vários minutos em como gostaria de terminar meu dia. Ainda tinha uns pontos sobrando e queria comer alguma coisa bem gostosa. Pensei, pensei, pensei... Queria comer pizza, mas não queria gastar todos aqueles pontos então resolvi fazer a versão mais light dela em casa: rap10, atum, cebola, tomate e queijo no forno. Ficou uma delícia! Mas fiquei pensando... Nosso apego à comida é tão grande quando comemos qualquer coisa sem pensar que é quase apego ao contrário! Eu explico. Quando a gente só pensa em comer, come toda hora, come qualquer coisa, de qualquer jeito porque GOSTA de comer, porque encontra PRAZER na comida, é quando passamos menos tempo com ela. Por comer o tempo todo qualquer coisa, a comida no final vale MENOS porque a temos em abundância.Muitas vezes comemos sem mastigar e sem nem sentir o gosto. Já foi. Ao contrário, quando mantemos o controle sobre o que comemos a escolha se torna mais importante. Parece que cada refeição se torna um momento especial desde o minuto da escolha, o tempo de preparo e quando nos SENTAMOS pra comer - porque na outra cena a gente come em pé mesmo, né?.

14 de abril de 2012

Imagem mental.

Há alguns anos li algo em um artigo científico que nunca mais esqueci:

Para cada quilo perdido o cérebro precisa de um mês para atualizar a imagem mental do corpo.

A balança me diz que eu estou magra, as roupas menores todas fecham mas eu ainda não sei o meu tamanho. Me surpreendo no espelho, me assusto quando me vejo nas fotos. Em maio de 2013 tenho um encontro marcado com o meu novo corpo. Até lá eu vou acreditando no que eu ouço, vejo, meço...

Manutenção.

Hoje comecei a manutenção!! 23 semanas,13 quilos a menos: o que eu aprendi:

- Pra quem tem tendência a engordar, não existe corpo magro sem esforço. E o esforço não se limita à época de perda de peso: já estou visualizando que se quero passar minha vida com este corpo, vou sempre ter de me esforçar.

- Para a vontade de comer um doce logo depois do almoço um cafezinho bem fraquinho com adoçante: dá uma sensação de bem estar e adia a vontade de comer doce para um momento que valha mais a pena.

- Pudim diet para os dias em que tenho poucos pontos e ainda tenho vontade de comer doce ajuda muito. O pudim de baunilha com banana picada lembra aqueles pães doces de padaria.

- Não é bom matar a fome comendo doce, acabo comendo muito de um alimento calórico para matar a fome, como rápido, não sinto o sabor, não aproveito, não vale a pena. É melhor matar a fome com um sanduíche antes e depois saborear o doce, numa porção menor. Sai bem mais barato do que encher a barriga de doce.

- Eu aprendi a esperar. Antes a primeira coisa que eu fazia quando chegava em casa era comer. Hoje consigo chegar, conversar, tomar um banho, trocar de roupa, escolher o que vou comer, preparar, sentar pra comer. Isso quando eu não cuido primeiro do filho pra depois pensar em mim. Não vou morrer de fome. Com isso também ganhei tempo para saborear os alimentos: me dei conta de que eles não passavam muito tempo na minha boca antigamente...

- Posso comer tudo que quero, mas não preciso. Não precisa ser hoje. Pelo menos não TUDO hoje. Vou poder comer amanhã, depois, no fim de semana, semana que vem. Tudo bem.

- Como não me privo de mais nada não preciso mais esperar a ocasião pra enfiar o pé na jaca. Posso comer pouco daquilo porque sei que outro dia eu como de novo se eu quiser.

- Aproveito quando "baixa a magra" para preparar opções mais saudáveis para mim. Assim, na hora da fome posso incrementar meu lanche, ele fica maior, eu fico mais saciada. Coisas grandes matam a fome do olho gordo. Cortar o sanduíche em vários pedaços ajuda também!

- Não como mais qualquer coisa, de qualquer jeito. Escolho o que eu como e a sensação de bem estar depois é muito melhor.

- Eu ainda me "medico" com comida, especialmente chocolate, mas aprendi a lidar com os dias em que pareço incontrolável. O importante é que nunca deixo de anotar o que eu como, mesmo nesses dias. Assim evito de fechar os olhos e me soltar ladeira abaixo. Sei tudo que entra pra depois me lembrar do esforço que terei de fazer por causa daquele dia (compensações: comer menos, coisas menos calóricas, gerar pontos ativos...).

Frases que me marcaram:

- "O meu corpo é minha casa e quero viver nele confortavelmente".
- "Dois segundos na boca, duas horas no estômago, dois anos no quadril".
- "Temos de emagrecer administrando quem somos".

28 de março de 2012

Como eu cheguei morrendo de fome cortei meu sanduíche em quatro pedaços. Assim eu como mais!