5 de maio de 2012

A gordinha está brava.


São seis semanas de manutenção e o objetivo é descobrir quanto devemos comer para que não se perca nem ganhe peso e sim que ele se estabilize. Para isso acrescentamos um tanto de comida a mais por dia (em pontos) e vemos o resultado na balança na semana seguinte. Caso ganhe peso diminui-se um pouco o que se come, caso perca peso aumenta-se um pouco o que se come, e se for como o esperado e estabilizar o peso fica então definida a quantidade que se pode comer, dali pra frente, sem ganhar peso.

São semanas de conflito entre a gordinha que existe dentro de nós e a recém-magra: a primeira já pensa "Obaaaa, vou comer mais" e a segunda "Vou comer mais? Ai meu deus, vou engordar. Não quero engordar nem um grama, foi tanto sacrifício!". E não preciso dizer que eu, que estou no meio das duas, pago o pato.

Comecei animada, como a gordinha que existe em mim, porque ia comer mais. Lá pelo meio da semana comecei a ficar preocupada e tchum! Escorreguei (e não foi no tomate - que é zero ponto). Me desesperei, achei que tinha jogado tudo pro alto mas consegui me recuperar e ainda perdi peso naquela semana. Aliás, se teve uma coisa que aprendi neste percurso foi a me levantar rápido depois do tombo, porque antes quando enfiava o pé na jaca ainda passava uns dias "aproveitando": "já que enfiei um pé vou enfiar o outro e assim ia ladeira abaixo"...

Pois na segunda semana consegui retomar as rédeas e o resultado foi que mantive o peso. Saí com uma sensação estranha da reunião e levei um tempo pra entender que a gordinha estava decepcionada: "SÓ três pontos a mais eu vou poder comer pro resto da vida?". Sim, porque ela estava confiante com o aumento dos pontos, achava que ia se esbaldar. O desânimo continuou ainda por uns dias e mais uma vez a pista ficou escorregadia e a gordinha comeu tudo o que ela achava que tinha de comer. A recém-magra, enfraquecida diante de toda a experiência de vida da gordinha, esqueceu tudo o que tinha aprendido e ficou quieta num canto. E eu no papel de conciliadora "Veja, gordinha, o que você come é suficiente, porque precisa de tudo isso? E recém-magra, veja os resultados! Foi buscar as calças apertadas na costureira, está bela nas fotos, tem recebido muitos elogios, porque está abatida?". Mas foi no fim da quinta semana que a magra ressurgiu das trevas ao perceber que, mesmo com todos os esforços, a gordinha não conseguiu apagar todas as suas conquistas. E foi então que a magra se deu conta de que tudo o que ela havia aprendido ainda estava funcionando.

A gordinha continua esperneando, fazendo birra, querendo mais, mas a magra e eu estamos unidas no propósito de ensinar pra ela que ela não precisa de tanta comida pra ser feliz e que existe felicidade para além da comida.

Um desafio? Talvez pra vida toda, mas dessa vez somos a maioria.

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